High Noon

08/01/2020
High Noon
High Noon

Estados Unidos - 1952 - 84 min.

Nome no Brasil: Matar ou Morrer.

Direção: Fred Zinnemann.

Elenco: Gary Cooper, Thomas Mitchell, Lloyd Bridges, Katy Jurado, Grace Kelly.

Roteiro: Carl Foreman, John W. Cunningham.


Nem sempre é fácil encontrarmos o que assistir na Netflix. As vezes passamos uma eternidade procurando e nada parece estar ao nosso gosto. E não devemos simplesmente culpar a Netflix por isso, tem dias que temos a impressão que nada consegue nos agradar, nada presta, tudo é ruim. Estava assim outro dia, navegando sem fim, nenhum filme era capaz de despertar aquela vontade de assistir algo. Quando, para a minha surpresa, encontrei Matar ou Morrer, isso mesmo, o grande clássico de Fred Zinnemann de 1952, na Netflix. "Não acredito!!! Preciso reassistir Matar ou Morrer agora mesmo". E foi exatamente o que fiz.


Após se casar com Amy Fowler Kane (Grace Kelly) e prestes a entregar sua estrela da lei para sair em lua de mel, o xerife Will Kane (Gary Cooper) e os moradores de Hadleyville descobrem que Frank Miller (Ian MacDonald), um cruel bandido, que no passado foi preso por Will, está voltando à cidade, no trem com chegada ao meio-dia, em busca de vingança.


Um roteiro simples mas que consegue magistralmente criar uma crescente atmosfera de tensão e desespero como poucos já fizeram. Cada minuto que se passa transforma a situação de Will em um pesadelo maior. Para tal, o roteiro criado por Carl Foreman e John W. Cunningham faz um estudo psicológico dos moradores da pequena cidade, personagens de toda a sociedade e que, de uma forma ou de outra, influenciam os acontecimentos ao redor do xerife. O filme mostra como a pressão, o medo e a covardia podem influenciar, podem fazer com que as pessoas simplesmente virem as costas para aquilo que acreditam.

"I wouldn't leave this town at noon for all the tea in China."

Tecnicamente o filme impressiona, a cinematografia é exuberante, com um ótimo uso da luz do sol e de sombras perfeitamente se misturando ao ambiente. Outro ponto a se ressaltar é a sincronia entre movimentos de câmera e montagem (ganhador do Oscar de melhor montagem), interligando cenas onde outros cineastas apenas fariam simplesmente um corte seco. Aqui o diretor usa o movimento até o final de determinada cena parando a câmera em um ponto onde o corte pode ser feito. Por exemplo, a câmera se movimenta com dois personagens conversando na rua, após o final desta conversa a câmera está estrategicamente direcionada à janela de uma casa onde outro personagem se encontra, ai acontece o corte para dentro da casa e este personagem inicia a próxima cena.


Todo este apuro técnico poderia ter sido desperdiçado se simplesmente fossem escalados atores e atrizes sem a qualidade necessária. Liderados por Gary Cooper (ganhador do Oscar de Melhor Ator por este filme) temos um elenco com atuações magníficas. Elenco esse que contava com Thomas Mitchell, Lloyd Bridges, Katy Jurado, Grace Kelly, Ian MacDonald, Otto Kruger, Lee Van Cleef em início de carreira (coloquei na lista só porque sou fã!). Mesmo com todos estes nomes, Cooper rouba o filme pra si. Uma atuação fantástica conseguindo transparecer toda a angústia e desespero da situação a qual enfrenta.


Fiquei realmente muito feliz de ver a Netflix abrindo caminho para filmes clássicos em seu catálogo. Espero que seja apenas o começo, que vários filmes de décadas passadas possam ficar disponíveis para a nova geração que, com toda certeza, precisa ter contato com filmes como Matar ou Morrer. Netflix "If you build it, he will come."



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